Um homem foi processado pela Justiça Federal na Paraíba por racismo contra mulheres ciganas, após a divulgação de um vídeo nas redes sociais. Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), a publicação causou humilhação às vítimas e reforçou estigmas relacionados ao povo cigano.
O réu, identificado como Walter Fernando Souto Brandão, mais conhecido como “Walter Paparazzo”, é um criador de conteúdo digital. O MPF o denunciou devido a um vídeo que mostra duas mulheres ciganas sendo agredidas por outras pessoas no centro de João Pessoa, acompanhado de uma legenda ofensiva. O teor exato da legenda não foi revelado.
Walter Paparazzo também foi candidato a vereador em João Pessoa pelo MDB nas últimas eleições. O MPF argumentou que a postagem não só expôs as vítimas ao ridículo, mas também contribuiu para a perpetuação de estigmas históricos, promovendo preconceito e violência simbólica contra os ciganos.
Na denúncia, o MPF destacou como as redes sociais amplificam discriminação e racismo. O conteúdo considerado ofensivo, ao ser difundido em plataformas com grande alcance, causa um impacto que vai além das vítimas individuais, atingindo a sociedade como um todo.
Além disso, o MPF defendeu a importância da prática de leitura de mãos, tradicional em muitas comunidades ciganas, que foi desqualificada pelo réu em sua postagem. Essa deslegitimação da cultura cigana é vista como um reforço de estereótipos negativos, afetando a identidade e as expressões culturais deste povo.
Walter Paparazzo é acusado de racismo, conforme a Lei nº 7.716/1989, que trata da discriminação baseada em raça, etnia, religião ou nacionalidade. Se condenado, ele pode enfrentar penas que vão de dois a cinco anos de reclusão, além de multas, por meio de publicações em redes sociais ou outros meios de comunicação.