segunda-feira, 10 de novembro de 2025
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Significado do nome que padre não quis pronunciar

Redação DDBNews
Redação DDBNews EM 10 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 03:11

Um incidente ocorrido durante um batismo na Igreja Nossa Senhora da Paz, no Leblon, Rio de Janeiro, gerou uma polêmica. Um padre se recusou a pronunciar o nome da bebê Yaminah, alegando que não se tratava de um nome cristão e que estava associado a um culto religioso. Os pais da menina, Marcelle Turan e seu marido, registraram a situação na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, alegando preconceito religioso e racial. O padre negou as acusações, afirmando que o nome foi mencionado.

Yaminah é um nome árabe que possui uma origem significativa. Derivado da palavra “Yameen” (يمين), significa “direita” ou “lado direito”, simbolizando bênção, sorte e força nas culturas do Oriente Médio. O sufixo feminino “-ah” transforma o termo em “aquela que é abençoada”. Marcelle explicou que a escolha do nome foi intencional, visando transmitir uma mensagem de justiça e prosperidade.

O nome Yaminah é positivo nos dicionários árabes clássicos, como o Lisan al-Arab, onde está associado a “bem-aventurança” e retidão. Embora não seja comum no Brasil, a variação Yaminah encontra espaço em comunidades muçulmanas ao redor do mundo, além de ter variantes como Amina e Yamina em algumas regiões africanas.

Durante o batizado, conforme registrado em vídeo, a família pediu que o padre mencionasse o nome da criança. Contudo, ele se referiu a ela apenas como “a criança” ou “a filha de vocês”. A mãe, Marcelle, afirmou que antes da cerimônia, o padre comentou com a sogra que não falaria o nome da criança por não ser cristão. Ele ainda sugeriu que o nome Maria fosse utilizado no lugar, mas a família recusou.

Durante a cerimônia, quando é habitual que o padre declare “eu te batizo, [nome]”, a família alega que o nome Yaminah não foi mencionado. Embora o Código de Direito Canônico da Igreja Católica recomende que nomes alheios à tradição cristã sejam evitados, especialistas afirmam que essa prática não impede indivíduos de serem batizados. Desde a década de 1980, não existe a obrigatoriedade de escolher um nome de santo para o batismo.

A Arquidiocese do Rio de Janeiro se manifestou informando que o nome da criança não precisa ser mencionado em todos os momentos da cerimônia. Esse episódio levanta discussões sobre liberdade religiosa e aceitação de diferentes culturas dentro do contexto das tradições religiosas.

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