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Carbonatação: Corrosão do Concreto Armado por CO2

Redação DDBNews
Redação DDBNews EM 7 DE OUTUBRO DE 2025, ÀS 11:58

Entenda como o CO2 ataca o concreto armado e veja medidas práticas para proteger pilares e vigas contra a carbonatação....

Carbonatação: Corrosão do Concreto Armado por CO2
Carbonatação: Corrosão do Concreto Armado por CO2

Entenda como o CO2 ataca o concreto armado e veja medidas práticas para proteger pilares e vigas contra a carbonatação.

Você já notou manchas esbranquiçadas ou ferrugem aparecendo no concreto de uma obra? Pode ser sinal de carbonatação, um processo que reduz a proteção do aço dentro do concreto e acelera a corrosão. Neste artigo eu explico, de forma direta e prática, o que causa a carbonatação, como identificá-la e o que fazer para prevenir e reparar danos.

Vou dar exemplos simples, métodos de inspeção e um passo a passo de intervenção. No final você terá um plano básico para reduzir riscos em estruturas expostas ao CO2 e ao tempo.

O que este artigo aborda:

O que é carbonatação e por que importa

A carbonatação é uma reação química entre dióxido de carbono (CO2) do ar e o hidróxido de cálcio presente no concreto. Essa reação reduz o pH do concreto ao redor das armaduras.

Com pH mais baixo, a camada passiva que protege o aço desaparece. Aí começa a corrosão das barras de aço.

Quando o aço corrói, ele expande. Isso gera fissuras e desprendimento do cobrimento de concreto. A consequência é perda de capacidade estrutural e custos altos de reparo.

Como identificar carbonatação no concreto

Existem sinais visíveis e testes simples para confirmar a carbonatação do concreto armado por CO2.

Sinais visuais

  • Desprendimento: Pedaços de concreto soltando, com exposição das armaduras.
  • Fissuras transversais: Rachaduras longas próximas às armaduras que podem indicar expansão do aço.
  • Manchas e eflorescência: Pó branco ou manchas esbranquiçadas na superfície.
  • Ferrugem aparente: Manchas avermelhadas onde o aço ficou exposto.

Teste do fenolftaleína

O teste é simples e rápido. Pinta-se uma área com solução de fenolftaleína. Se a cor não mudar significa que o pH caiu e há carbonatação.

Esse método é barato e útil para inspeções de campo. Para verificar profundidade, faça pequenos furos no concreto em sequência.

Fatores que aceleram a carbonatação

Nem todo concreto carbonata na mesma velocidade. Alguns fatores aumentam a taxa de carbonatação:

  • Baixa relação água/cimento: Quanto mais poroso o concreto, mais rápido o CO2 penetra.
  • Exposição ao ar: Ambientes urbanos com maior concentração de CO2 tendem a acelerar o processo.
  • Temperatura e umidade: Ciclos de umidade alternados com secagem favorecem a penetração do CO2.
  • Cobrimento inadequado: Cobrimento fino das armaduras reduz a barreira física contra a carbonatação.

Como calcular risco e profundidade de carbonatação

Uma inspeção técnica deve medir a profundidade de carbonatação e comparar com o cobrimento das armaduras. Se a carbonatação já alcançou o aço, o risco de corrosão é alto.

Uma regra prática: em obras antigas com pouco cobrimento, realize testes de fenolftaleína e verifique as armaduras expostas em pontos críticos.

Para estimativa da velocidade de carbonatação, técnicas laboratoriais analisam amostras de núcleo. Esses dados ajudam a planejar intervenções.

Medidas de prevenção e controle

Evitar a carbonatação é mais barato do que reparar estruturas corroídas. Eis medidas práticas para reduzir o problema:

  1. Design adequado: Garanta cobrimento mínimo das armaduras conforme norma e projeto.
  2. Concreto de baixa permeabilidade: Reduza relação água/cimento e use aditivos e adições minerais para fechar poros.
  3. Proteção superficial: Aplicação de selantes, pinturas impermeabilizantes e revestimentos que bloqueiem a penetração do CO2.
  4. Controle de qualidade: Fiscalize a cura do concreto e a compactação para evitar porosidade excessiva.

Reparos e técnicas de intervenção

Quando a carbonatação atingiu o aço, é preciso agir para interromper a corrosão e recuperar a estrutura.

Um procedimento comum inclui remoção do concreto danificado, limpeza das armaduras, tratamento anticorrosivo e reposição com argamassa adequada.

Sistemas de inibição de corrosão e proteção catódica são opções para casos mais graves ou quando substituir não é viável.

Passo a passo básico de reparo

  1. Inspeção: Identifique a extensão do dano e a profundidade de carbonatação.
  2. Remoção: Retire o concreto deteriorado até alcançar área sã e o cobrimento correto.
  3. Limpeza do aço: Remova produtos de corrosão e restaure a aderência do aço ao concreto.
  4. Proteção do aço: Aplique primer ou inibidor de corrosão nas barras expostas.
  5. Reparo do concreto: Use argamassa ou concreto de reparo com propriedades compatíveis e boa adesão.
  6. Acabamento e cura: Garanta cura adequada para minimizar porosidade e proteger contra nova carbonatação.

Exemplos práticos

Em um prédio antigo, o primeiro sinal foi a queda de pedaços de reboco no pilar da garagem. Teste rápido com fenolftaleína mostrou carbonatação até 12 mm.

O reparo envolveu escarificação local, tratamento das armaduras e aplicação de argamassa de reparo com baixa permeabilidade. Após cura, aplicou-se um selante superficial. Resultado: vida útil estendida por anos sem novas fissuras.

Outro caso comum em obras costeiras é a combinação de carbonatação com cloretos. Nesse cenário, a proteção precisa ser dupla: reduzir penetração de CO2 e bloquear sais agressivos.

Manutenção preventiva: checklist rápido

  • Inspeção anual: Verificar sinais visuais e realizar teste de fenolftaleína em pontos críticos.
  • Controle de infiltrações: Resolver vazamentos e controlar umidade nas estruturas.
  • Reaplicação de selantes: Reavaliar revestimentos a cada 5 anos ou conforme exposição.
  • Registro de inspeções: Manter histórico com profundidade de carbonatação medida e intervenções realizadas.

Conclusão

A carbonatação: corrosão do concreto armado por CO2 é um problema real, mas previsível. Com inspeções regulares, concreto bem elaborado e proteção adequada, você reduz muito o risco de corrosão e reparos caros.

Se já houver carbonatação, a intervenção rápida minimiza danos e recupera a vida útil da estrutura. Use os passos e checklist deste artigo como guia prático para agir.

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