O Brasil registrou mais de mil feminicídios em 2025, um número alarmante que destaca a violência de gênero no país. De janeiro a setembro deste ano, mais de 2,7 mil mulheres sobreviveram a tentativas de assassinato, reforçando a gravidade do problema.
Sileide Azevêdo, coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) na Paraíba, ressaltou que é responsabilidade da sociedade, e não apenas da vítima, identificar e agir em situações de violência. Ela explica que o feminicídio não surge repentinamente; geralmente, é precedido por diversas agressões e episódios de violência que a mulher enfrenta ao longo de um relacionamento abusivo.
Na Paraíba, os dados de janeiro a outubro de 2025 indicam a ocorrência de 26 feminicídios em várias cidades do estado. Os registros mostram que em janeiro foram três casos, seguindo-se de seis em fevereiro, três em março, dois em abril, três em maio, três em junho, nenhum em julho, um em agosto, três em setembro e dois em outubro. Essa distribuição revela um padrão preocupante e a necessidade urgente de medidas mais efetivas para combater a violência.
Azevêdo enfatiza a importância da denúncia por parte de qualquer indivíduo que testemunhe violência. Ela sublinha que não se deve perpetuar a ideia de que as mulheres gostam de sofrer agressões. É essencial que a sociedade se mobilize e reconheça que o feminicídio é um reflexo de uma série de abusos que a mulher enfrenta, não um ato isolado.
Diante deste cenário crítico, Azevêdo convoca todos, homens e mulheres, a se envolverem no enfrentamento à violência de gênero. “Precisamos compreender que o feminicídio é precedido de múltiplos tipos de violência. A participação ativa da sociedade é fundamental para criar um ambiente mais seguro e acolhedor para as mulheres”, destacou.
Ela também reforça que não existe mulher que queira viver em um relacionamento abusivo, mas muitas não conseguem romper o ciclo de violência. Assim, a denuncia se torna uma ferramenta crucial na luta contra essa forma de opressão.