A atriz francesa Brigitte Bardot, um dos maiores ícones do cinema e da cultura do século 20, faleceu aos 91 anos. A informação sobre sua morte foi confirmada pela Fundação Brigitte Bardot. A causa exata do falecimento ainda não foi divulgada. Em novembro do ano passado, a atriz passou por uma cirurgia e estava internada em um hospital na cidade de Toulon, no sul da França.
Vida e Carreira de Brigitte Bardot
Brigitte Anne-Marie Bardot nasceu em Paris, no dia 28 de setembro de 1934. Desde jovem, sua beleza se destacou, e ela se tornou um símbolo da mulher moderna no cinema a partir da década de 1950. Comumente, Bardot interpretava personagens que expressavam liberdade e emancipação, ajudando a moldar a estética feminina da época.
Filha de um empresário e de uma ex-artista que sonhava em ser bailarina, Brigitte teve uma infância marcada por uma educação católica rigorosa em uma família conservadora. Desde cedo, começou a estudar balé e, aos 15 anos, foi escolhida para estrelar uma coleção juvenil da revista Elle. Essa oportunidade chamou a atenção do cineasta Roger Vadim, que, aos 22 anos, se tornou seu marido em 1952. Juliette, o papel principal de Bardot em “E Deus Criou a Mulher” (1956), a lançou ao estrelato, desafiando normas e padrões da época graças à sua representação da sexualidade feminina.
O filme, que lidava com temas polêmicos, foi considerado escandaloso e enfrentou censura em vários lugares, mas fez enorme sucesso, especialmente nos Estados Unidos, onde uma cena marcante de Bardot dançando descalça sobre uma mesa ainda é lembrada como uma das mais icônicas da história do cinema.
Após o sucesso de “E Deus Criou a Mulher”, Bardot se separou de Vadim em 1957 e mais tarde se casou com Jacques Charrier, com quem teve um filho, mas não conseguiu a custódia. Em 1966, casou-se com o alemão Gunter Sachs, mas esse casamento também durou pouco, terminando em 1969. Ao longo de sua carreira, a atriz estrelou mais de 40 filmes, incluindo clássicos como “A Verdade” (1960), “Vida Privada” (1962) e “O Desprezo” (1963).
Aposentadoria e Ativismo
Bardot decidiu se afastar das telas no auge da fama, em 1973, após a filmagem de “Se Don Juan Fosse Mulher”. Cansada da atenção excessiva da mídia, optou por uma vida mais tranquila. Após a aposentadoria, engajou-se em causas sociais, especialmente na defesa dos animais. Ela fundou a Fundação Brigitte Bardot em 1986, lutando contra a caça de focas e baleias, e se opôs a práticas como experimentos com animais e touradas.
No entanto, seus posicionamentos geraram controvérsia. Ao longo dos anos, Bardot expressou opiniões sobre imigração e cultura que foram criticadas. Em 2003, ela publicou um livro que abordava temas sensíveis como islamismo e imigração, recebido com polêmica. A atriz enfrentou processos por racismo e teve conflitos com grupos que a acusaram de incitação à discriminação.
Durante o movimento Me Too, Bardot fez declarações consideradas desrespeitosas em relação às denúncias de assédio feitas por atrizes, além de ter sido condenada em 2021 por racismo após comentários considerados ofensivos.
Brigitte Bardot deixa um legado complexo, tendo sido musa de cineastas, um ícone sexual e defensora de causas sociais, além de uma figura polarizadora na sociedade. Sua trajetória, marcada por sucessos e polêmicas, perdurará na memória cultural.