domingo, 23 de novembro de 2025
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Novelas verticais ganham destaque no audiovisual nacional

Redação DDBNews
Redação DDBNews EM 23 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 10:08

Na próxima terça-feira, a personagem Kami, interpretada por Giovanna Lancellotti na novela “Dona de Mim”, fará uma aparição inusitada: ela estará assistindo a uma novela não na televisão, mas no celular. A nova produção, chamada “Tudo por uma Segunda Chance”, é uma novelinha vertical, criada para ser assistida em telas de formato 9:16 e disponível nas redes sociais da emissora, incluindo TikTok, Instagram, Facebook, X, YouTube e na plataforma de streaming Globoplay.

A trama gira em torno de um triângulo amoroso envolvendo os noivos Lucas e Paula, interpretados por Daniel Rangel e Débora Ozório, e a vilã Soraia, vivida por Jade Picon. A história inclui elementos como envenenamento, casamento cancelado, coma e prisão injusta, e segue o estilo dos chamados microdramas, que são caracterizados pela agilidade e emoção. Cada capítulo é curto, com duração média de três minutos, e a série terá no máximo 70 episódios. O diretor artístico da produção, Adriano Melo, destaca que esses microdramas são concentrados na trama principal, evitando subtramas que possam distrair o público.

A TV Globo e a Globoplay estão investindo nessa nova tendência, que é considerada promissora no mercado de entretenimento. De acordo com dados da consultoria Media Partners Asia, o segmento de short dramas movimentou 1,4 bilhões de dólares em 2024, e a expectativa é que esse número chegue a 9,5 bilhões até 2030. Esse crescimento tem atraído a atenção de grandes empresas americanas, como Fox e Disney, que também estão investindo nesse tipo de conteúdo.

No Brasil, plataformas como Dramabox, GoodShort e ReelShort têm se destacado. Elas permitem que os usuários assistam a episódios gratuitamente e, em seguida, cobram mensalidades a partir de R$ 4,90 para os conteúdos inéditos. Apesar de serem serviços em português, a maioria dos conteúdos tem origem na China, onde os microdramas começaram a ganhar popularidade durante a pandemia.

A engenheira civil Lilian Agostinho, de 33 anos, é um exemplo de como o novo formato está atraindo audiências. Ela admite que as histórias curtas são mais adequadas para a sua rotina agitada, permitindo que ela assista a episódios enquanto utiliza o transporte público.

“A ideia é se distrair; eu trabalho em canteiros de obras e, quando quero relaxar diante da tela, busco histórias que me levem para universos diferentes”, explica Lilian, que se tornou fã de produções curtas.

Entre as produções que mais têm chamado atenção está “A Vida Secreta do Meu Marido Bilionário”, uma série com uma adaptação bem-sucedida, que conseguiu alcançar 500 milhões de visualizações em apenas quatro meses.

As produtoras estão se adaptando a esse novo cenário, com a oferta de histórias originais e reinterpretações de conteúdos já conhecidos. A plataforma Globoplay, por exemplo, lançará versões verticais de personagens icônicos como Bibi Perigosa, de “A Força do Querer”, e Angel, de “Verdades Secretas”.

Além disso, as produtoras estão explorando a possibilidade de adaptar outros gêneros de entretenimento para o formato vertical, como reality shows e outras produções que possam se destacar nas plataformas digitais.

Com o crescimento desse nicho, um novo ciclo de produção está se iniciando, e as oportunidades para novas histórias e formatos estão se expandindo, revelando um novo panorama para as narrativas audiovisuais.

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