Os trabalhadores dos Correios na Paraíba decidiram entrar em greve geral por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia na noite de terça-feira, 16 de outubro, em resposta à grave crise que a empresa enfrenta no país.
Os funcionários expressaram insatisfação com as condições de trabalho e destacaram que não aceitarão ameaças ou demissões como solução para a crise. Eles reivindicam reajustes salariais e o pagamento de um benefício de fim de ano, conhecido como “vale-peru”. Segundo os trabalhadores, as negociações com a direção da empresa já duram seis meses, mas não houve progresso.
Além das reivindicações, os funcionários também criticaram declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Durante uma audiência no Tribunal Superior do Trabalho, o ministro mencionou que a greve poderia levar o governo a considerar a privatização dos Correios. Os trabalhadores consideraram essas palavras como uma tentativa de intimidação, afirmando que é inaceitável usar o medo e o constrangimento como parte das negociações.
A crise nos Correios se agrava, e os investimentos na Superintendência da Paraíba foram drasticamente reduzidos. De acordo com dados recentes, até setembro de 2025, a empresa investiu apenas R$ 1.211.564,26 em áreas essenciais, como segurança e tecnologia. Comparado a 2024, quando os gastos alcançaram R$ 780.981,00 para a compra de veículos, o investimento nesse setor caiu para zero em 2025, representando uma redução de 100%.
Essa redução nos investimentos coincide com uma queda significativa no Índice de Qualidade Operacional (IQO), que mede aspectos como prazos de entrega e eficiência no atendimento. O IQO passou de 93,53% em 2024 para 82,96% em 2025, a maior variação negativa dos últimos cinco anos. Historicamente, os índices foram: 91,55% (2020), 87,78% (2021), 94,45% (2022), 89,89% (2023) e 93,53% (2024).
A situação atual reflete as dificuldades enfrentadas pelos Correios e aponta para a necessidade urgente de diálogo entre a direção da empresa e seus funcionários.